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Xuxa Meneghel e Dedé Santana falam sobre a influência da tecnologia nos programas infantis

20/09/2010 06:16

Xuxa Meneghel e Dedé Santana falam sobre a influência da tecnologia nos programas infantis

Rio - Dos 60 anos de TV, Xuxa Meneghel está há quase 30 deles no comando de programas infantis. No entanto, após ganhar popularidade com as crianças à frente do "Clube da Criança" e "Xou da Xuxa", por exemplo, a apresentadora afirma não acreditar em um "final feliz" para esse tipo de atração.

- Não vejo futuro... apenas enlatados e desenhos animados - analisa ela, atualmente à frente do "Tv Xuxa", nas manhãs de sábado da Globo. Ícone de uma geração Xuxa sabe que, hoje em dia, precisa estar atenta às novas mídias. E garante que as crianças nunca mais serão as mesmas após o advento da Internet.

- Para se colocar ao público infantil é preciso estar ligado a todas as novas formas de acesso à informação e usar as novidades tecnológicas disponíveis a todos para o bem. E sempre informar também aos baixinhos os perigos da rede - ensina a apresentadora. - Nos meus DVDs (Xuxa só para baixinhos) temos sempre o cuidado e a preocupação de passar nossa mensagem, desenvolver a coordernação motora, noção de tempo e espaço, ritmo, equílibrio e espírito de equipe usando a linguagem que eles estão vivendo na Internet. É sempre um desafio e, para isso, nossa equipe trabalha muito, sob a supervisão de psicólogos, pedagogos e professores - enfatiza.  

Como Xuxa, o humorista Dedé Santana também ressalta as mudanças trazidas pelos avanços tecnológicos.

- As crianças têm amadurecido mais depressa ultimamente. Estão mais informadas, crescem muito rápido e exigem mais interação do que antes, quando éramos palhaços, nos apresentando em programas num formato de auditório - compara ele.

Integrante da trupe do "Aventuras do Didi", na Globo, em que divide a cena com o companheiro Renato Aragão - com quem fez sucesso em "Os trapalhões" -,Dedé diz que apesar de todos os efeitos especiais disponíveis hoje, o público ainda gosta da essência circense tão bem mostrada pelo quarteto, composto ainda por Mussum e Zacarias.

- A maneira especial de agir é com sinceridade. Quando mais verdadeiro, mais eles se ligam na gente. Você não pode representar muito, ou eles acham que você está sendo falso.

Fonte: O Globo 20/09/2010

Dedé Santana lança biografia em Maringá

17/09/2010 06:41

Dedé Santana lança biografia em Maringá

O ex-trapalhão Dedé Santana lança sua biografia, neste sábado (18), na Livraria Evangélica, no centro de Maringá. A sessão de autógrafos  acontece das 11h às 13h.

Publicada pela AD Santos Editora, "Dedé Santana: Um Trapalhão de Deus" relembra detalhes de sua trajetória artística, retoma algumas histórias de bastidores, vividas na época de Os Trapalhões, e explica os motivos de sua conversão religiosa.

Fotos

12/09/2010 06:58

Confira os melhores nomentos deste evento!

Créditos a AD Santos

Festa no lançamento do livro de Dedé Santana

10/09/2010 06:29

Novo livro de Dedé Santana é lançado com grande exito e publico!

 

No dia 08/09 por volta das 17 horas, Dedé Santana reuniu no stand da editora "AD Santos" fãs, amigos e admiradores de seu trabalho na expo cristã de 2010, a maior feira no genero da américa latina.

O eterno trapalhão lançou sua auto-biografia, onde conta sobre sua carreira, a convivencia, curiosidades e bastidores do grupo 'Os Trapalhões" e em especial, sobre sua conversão a cristianismo que é o foco desta grande obra.

O stand ao qual Dedé estava cedendo autografos em sua obra estava lotada, o que resultou em uma boa vendagem ao livro.

Nós da assessoria do site "Dedé Santana", fomos prestigiar este mega evento e acompanhamos os passos do eterno trapalhão desde sua chegada ao camarim por volta das 16:34 até sua saida ao aeroporto as 20:19.

Durante sua permanencia ao local da ExpoCristã, Dedé cedeu entrevista a 3 emissoras de radio e 2 de televisões, tendo entre elas uma entrevista ao Tv Fama da Rede Tv.

Entre um estudio a outro, o eterno trapalhão recebeu o carinho do povo Cristão, que o parava no caminho para sessão de fotos e pedidos de autografos. Sempre com um sorriso estampado no rosto e um bom humor infalivel, Dedé atendeu a todos os que o abordavam com muito carinho e dedicação.

A obra relata sobre seu inicio de carreira, o encontro e eterna amizade com o amigo Renato Aragão, curiosidades e bastidores do extinto "Os Trapalhões", histórias dos saudosos companheiros "Zacaria & Mussum" e um relato completo de sua conversão.

Um livro emocionante que o levara para um passado distante e a um futuro ao lado de Cristo. Cheio de bom humor, emoção!

Vale a pena adquirir esta maravilha!!

Confira abaixo algumas fotos deste grande evento:

Texto: Dih Munhoz

Fotos: Ander Tavares

Observação: Agradecemos grandemente a 3 amigos que tornaram possivel este encontro e proximidade com o grande Dedé: Aldo Bublits, Atila Santana e ao ator/comediante Bub Razz. Agradecemos tambem a todos os amigos da competente editora "AD Santos! MUITO OBRIGADO POR ESTE MOMENTO, DEUS OS ABENÇOE!

Ex-trapalhão lancará livro pela AD Santos

03/09/2010 08:01

O mais novo lançamento da Editora AD Santos para a EXPOCRISTÃ traz humor, evangelho e muitas trapalhadas. ‘Dedé Santana – Um trapalhão de Deus’ conta a história do integrante do grupo que fez sucesso no Brasil nos anos 80 e 90. Com Didi, Mussum e Zacarias, Dedé divertiu multidões de todas as idades em todo o Brasil. O artista autografa seu livro no estande da editora no dia 08.

Na obra, é narrada sua trajetória contada de maneira envolvente e comovente. O testemunho do palhaço triste, mas muito famoso, que encontrou e aceitou a Jesus Cristo como Salvador. A iminência da morte, a cura, os sobressaltos na carreira, o desemprego, a volta por cima. A eterna parceria e a amizade com Renato Aragão (Didi), a saudade dos companheiros já falecidos e as peripécias do Sargento Pincel.

           Na EXPOCRISTÃ, Dedé fará sessão de autógrafos, que conta ainda com a participação de seu filho Átila Santana. Não perca, na EXPOCRISTÃ 2010.


RELEASE:

Dedé Santana – Um trapalhão de Deus

Do picadeiro circense para o programa de humor mais bem sucedido da história da televisão brasileira, Dedé Santana narra neste livro toda a sua história. A trajetória do eterno trapalhão contada de maneira envolvente e comovente. A iminência da morte, a cura, os sobressaltos na carreira, o desemprego, a volta por cima.

A eterna parceria e a amizade com Renato Aragão (Didi), a saudade de Mussum e Zacarias e as peripécias do Sargento Pincel, o cinema, a carreira internacional, a família, a fama, o desemprego, o amigo Beto Carrero, o apoio incondicional de Carlos Alberto de Nóbrega.

Acompanha galeria de fotos da carreira do artista

 

Tamanho: 14X21 cm

128 pgs.

COD. BARRAS: 9788574592114

PREÇO: R$ 18,00

Peso: 173 gr.

Editora: AD Santos

www.adsantos.com.br

Não percam! Dedé Santana na Expo Cristã 2010!

03/09/2010 07:12

O eterno trapalhão Dedé Santana estará no dia 08/09 às 17h lançando seu livro. A trajetória do eterno trapalhão contada de maneira envolvente e comovente. O testemunho de como o palhaço triste, mas muito famoso, encontrou e aceitou a Jesus Cristo como Salvador. A iminência da morte, a cura, os sobressaltos na carreira, o desemprego, a volta por cima. A eterna parceria e a amizade com Renato Aragão (Didi), a saudade de Mussum e Zacarias e as peripécias do Sargento Pincel.

Você esta convidado a este grande encontro e a adquirir ao livro biografia deste grande humorista!

Contamos com vc!

 

Dedé leva a turma ao delirio!

15/06/2010 18:11

Dedé  se veste de Michael Jackson e leva a turma a gargalhada!

O humorista divertiu Renato Aragão e sua turma durante as gravações

Dedé (Dedé Santana) levou os colegas de elenco de Aventuras do Didi às gargalhadas ao se transformar no ídolo da música pop Michael Jackson. Com as roupas, o cabelo e a luva prateada de lurex que caracterizavam o artista, o humorista gravou a cena nos estúdios da Central Globo de Produção.

A esquete contou com a presença de toda a turma de Renato Aragão, o Didi: além de Dedé, Tatá (Tadeu Mello), Marcelo (Marcelo Augusto), Daniel (Daniel del Sarto) e Jacaré (Edson Cardoso). As cenas não têm data certa para irem ao ar.

Mas aguardem, pois Dedé fará você rolar de rir junto com toda a turma!

10 perguntas para Dedé

31/05/2010 08:27

 

10 perguntas dos leitores para Dedé Santana

De novo ao lado de Renato Aragão, em A Turma do Didi, o humorista nega que estivesse brigado com o amigo e fala sobre os excessos cometidos antes de virar evangélico

Créditos: Revista Quem

Felipe Varanda
Dedé Santana está de volta à TV Globo. Treze anos depois do fim de Os Trapalhões, o humorista volta a trabalhar com Renato Aragão, em A Turma do Didi. No domingo (22), a estréia de Dedé no programa rendeu 15,5 pontos no Ibope, a melhor audiência da atração desde o início do ano. No dia seguinte, o humorista recebeu o repórter Cláudio Marçal para responder às perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM. Depois de dizer que fica sempre “meio nervoso” antes de dar entrevistas, o comediante relaxou, fez caretas, desmentiu que estivesse brigado com Renato e falou sobre os excessos que cometeu antes de virar evangélico. “Nos anos 70, meus amigos chegavam lá em casa e tinha sempre quatro mulheres peladas na piscina.”

1. Como o Renato Aragão te recebeu depois de tanto tempo?
Amauri Carneiro, por e-mail
Com o maior carinho. Depois que o Beto Carrero faleceu, em fevereiro, ele perguntou se eu gostaria de voltar a trabalhar com ele. Falei que era meu sonho. Mas voltaria sob duas condições. Uma delas era vir gravar o programa no Rio, mas não me mudar de Itajaí (SC), onde moro desde 2003. A outra era continuar com meus shows no Beto Carrero World. Ele concordou.

2. Você e o Renato estavam realmente brigados?
Eliana Aparecida Moreira, Areado (MG)
Muita gente pensa isso. Mas não houve briga. A gente sempre se falou, nas datas principais, nos aniversários, no ano-novo.

3. A amizade entre os Trapalhões era verdadeira ou alguém queria ser melhor que os outros?
José Luís de Souza, Nova Londrina (PR)
Ninguém queria aparecer mais que o outro. Tínhamos uma química ótima e, se o quadro era do Didi e, de repente, o público gostava mais do Mussum, a gente virava o jogo. Um sacaneava o outro aqui fora e levava isso para o estúdio. Esse era o grande barato.

4. Qual foi o real motivo da separação de vocês?
Fernanda Maffi, Uberlândia (MG)
O Mussum morreu em julho de 1994 e a Globo me dispensou em agosto de 1995, quando acabou Os Trapalhões. O Renato ficou com o Criança Esperança e eu saí. No mesmo ano, fui chamado pela Record para fazer a Escolinha do Barulho. Em 1995, reeditamos a dupla Didi e Dedé e ficamos três anos e meio em Portugal com Os Trapalhões. Em 2001, voltei à Globo para fazer A Escolinha do Professor Raimundo e outras participações.

5. Você alguma vez se sentiu traído pelo Renato?
Marco Perez, São Paulo (SP)
Nunca. Ele não me abandonou. Sempre me ofereceu trabalho.

6. O que você acha do humor feito pelo CQC e pelo Pânico na TV?
Carlos Alberto Pereira, Araçatuba (SP)
O CQC, eu vi um dia e gostei muito, achei espontâneo. Sobre o Pânico, não gosto daquela parte em que eles procuram desmoralizar o artista, apesar de nunca terem feito
isso comigo.

7. Em uma entrevista, você afirmou serem seus os roteiros de Os Trapalhões. Atualmente, a piada “Didi pega a todos, mas ninguém a ele” tem se repetido. Você acha que isso pode mudar com a sua volta?
Míriam Lisete Islanio, Rio de Janeiro (RJ)
Tínhamos um time escrevendo e eu ajudava esse time. Sempre estivemos atentos ao Ibope. Quando todo mundo caía na piada e o Didi, não, o Ibope subia. Por isso algumas cenas ainda terminam assim.

8. O que você sentiu no primeiro dia de gravação?
Marta Lopes, Rio de Janeiro (RJ)
Estava muito nervoso e acredito que o Renato também. Nós nos emocionamos na gravação. Acho que o público gostou.

9. Você descobriu a religião depois de Os Trapalhões? Como foi?
Marcos C. Silva, São Paulo (SP)
Virei evangélico por causa do meu filho, Átila, de 32 anos, que, em 1994, me levou à Igreja Quadrangular do Rio de Janeiro. Me senti bem lá. Antes disso, eu não sabia se era católico, macumbeiro ou espírita. Nos anos 70, meus amigos chegavam lá em casa e tinha sempre quatro mulheres peladas na piscina (risos). Nunca fumei nem bebi, o meu negócio era mulher. Agora estou sossegado. Eu me casei há 25 anos com Christiane Bublitz e estou feliz.

10. Você achava que iria voltar a trabalhar com o Didi?
Rodrigo Rodrigues, Campinas (SP)
Se nós começamos juntos, teríamos que terminar juntos. Quando o Renato me ligou, não me preocupei com o contrato (de um ano, renovável). Queria era voltar a trabalhar com ele.


Santana 73

25/05/2010 12:01

ESPECIAL DEDÉ SANTANA

 

Desde que veio ao mundo, ele está no showbiz brasileiro. Você o conhece como Dedé, o "sem graça" dos Trapalhões. Mas Manfried Santana, o diretor/roteirista/ator, sabe disso. Era o seu jeito de te fazer rir

 

Desde os 3 meses de idade, isso em 1936, quando foi levado ao palco pela primeira vez, Dedé Santana vive de comédia. No rádio, nos palcos, nos picadeiros e desde que a TV existe, ele está lá, levando essa vida para que alguém, do outro lado, ria às suas custas. Por isso é difícil, quase doído, para o repórter sugerir ao presente perfilado que muita gente não vê graça em sua pessoa. Daí o alívio profundo quando escuto Dedé dizer sorrindo com certo orgulho: "Eu não era engraçado e nem era pra ser". Sempre o certinho, o passado pra trás, o homem que buscava a ordem dentro das tramas estapafúrdias dos esquetes dos Trapalhões.

Uma espécie de altruísmo artístico, a voluntária posição de escada para que outros brilhem nunca foi motivo de neuroses em sua cabeça. "Rapaz, estou nessa desde que nasci. Sempre soube muito bem o que precisa para o espetáculo funcionar. Meu papel era importantíssimo", explica com a moral de quem é comediante antes mesmo de Renato Aragão. Dedé fez de tudo: palhaço, trapezista, piloto do globo da morte, cantor, ator e uma infinidade de bicos para completar o apertado orçamento da família circense. E enquanto narra sua longa saga, se perdendo em causos e nomes de um showbiz arcaico, vai revelando um mundo difícil de ser imaginado por qualquer aspirante à fama nos dias de hoje.

Decorava textos 10 min antes de subir ao palco, inventava programas de rádio que iam ao ar no fim do dia, repetia piadas sem o menor constrangimento, ganhava aplausos por conta de uma simples careta e, no improviso, enfrentava o público com a naturalidade de quem entra em casa. O mundo parecia mais mambembe, ingênuo, e a televisão nascia e crescia rápido. E quem estava por trás e na frente das câmeras vinha, necessariamente, de um universo distinto. "A grande diferença daqueles tempos era que a gente podia errar...", elabora para logo voltar ao papel de escada: "Aliás, essa frase não é minha, é da Glória Pires."

Foi esse confortável papel que o erro tinha no passado que encadeou sua vida. Na base do acaso e do risco, aceitou fazer dupla com Renato Aragão. "Me avisaram que tinha um comediante nordestino precisando de um companheiro. Sozinho ele não tinha muita graça mesmo. Mas, quando vi as coisas que o Renato estava escrevendo, na hora aceitei trabalhar com ele." E surgiu a dupla que começou a fazer sua fama - e sua fama de loser - na ribalta.

Imitation monkeys
Entre quadros de rádio, números em teatros e circo e esquetes da prototevê brasileira, Dedé guardava um sonho de infância. Dirigir cinema. E tinha um roteiro embaixo do braço: A onda do iê-iê-iê. Vai, Dedé, explica... "Você sabe que brasileiro é macaco de imitação. Até hoje é assim, naquele tempo então..." Artistas da jovem guarda fazendo versões descaradas dos sucessos do jovem rock'n'roll, e uma história ingênua sobre um garoto que tenta emplacar seu primeiro hit. Dedé e Didi eram os anti-heróis que ajudavam o rapaz a ganhar um festival de canções. O orçamento para a película foi ridículo, o estúdio só ofereceu rolos em preto e branco. Mas o début de Dedé na direção foi um estrondo. Os jovens brasileiros, sedentos por macaquices copiadas, lotavam cinemas e dançavam de pé nas cadeiras. Baixava polícia nas loucas farras nas salas de cinema - e foram batidos recordes de bilheterias em 1966. Novos contratos para produções cômicas com seu novo parceiro. Tudo bem improvisado, tudo com aquela anacrônica vocação ao erro. Tudo com vultosos resultados de público.

 "A grande diferença daqueles tempos para hoje é que antes a gente podia errar"

Imagem: Arquivo pessoal

Os debutantes Trapalhões

A TV Excelsior cresceu os olhos e os convocou para um novo programa: Os adoráveis Trapalhões. Ivon Cury, Ted Boy Marino e Lúcio Mauro estavam na trupe. Não durou muito a atração, mas o nome virou um carma. Quando a Globo, anos depois, chamou a dupla para um novo humorístico, mantiveram Trapalhões como alcunha. Dedé trouxe seu amigo de longa data, o carismático integrante dos Originais do Samba Mussum. "Ele sempre ia na minha casa, e eu sabia que ele tinha potencial para comédia. Mas foi o Chico Anísio que deu a grande dica. Disse para ele falar tudo com ‘is' no fim." Assim surgiu Mussum e seus cacildis, forévis. Didi veio com um mineirinho que conheceu no rádio, Zacarias. "Lembro que ele chegou parecendo um gerente de banco, não tinha graça nenhuma. Quando colocou a peruca e começou seu número... eu quase caí no chão de tanto rir", Dedé se lembra. E deu no programa de humor mais bem-sucedido do Brasil, que ainda hoje desperta furiosas multidões no YouTube e em infinitas referências da atual cultura pop. Mas entre todas as estampas de camisetas espertinhas, entre todos os hits em reprise na internet, nunca se vê Dedé Santana. Seu protagonismo na biografia trapalhã sempre se traduz no conformado coadjuvante aos olhos públicos.

Quando a morte levou Zacarias e Mussum, colocou um fim nada engraçado no programa de domingo. O humor brasileiro também mudava aos poucos, com o sucesso de um novo tipo de escracho televisivo. E, de súbito, Didi e Dedé não faziam mais sentido na grade da Globo nos recém-nascidos anos 90. Ninguém deu falta a princípio, já que a reprise dos Trapalhões nas tardes da semana saciava os fãs e uma nova geração. Tanto que poucos se deram conta de que, pelos quatro anos seguintes, eles foram sucesso de audiência em Portugal. Com piadas de português, literalmente, já que seus redatores eram locais, tornaram-se de novo uma dupla, e Dedé garante que nunca foi tão bem tratado. Em 94 a trapalhônica prorrogação portuguesa acabou, e a Globo assinou de novo com Didi. Mas Dedé não teve a mesma sorte. Foi aí que a vida perdeu um pouco a graça.

Deus é dedéis
Sem emprego e se sentindo abandonado pelo irmão de comédia, Dedé ganhou muito peso e perdeu espaço. Seu ganha-pão, durante as vacas magras, foi acompanhar um palestrante do Sul do Brasil que dava seminários motivacionais usando a vida de Dedé como exemplo de superação, improviso. Ele, obeso, era de novo o protagonista-coadjuvante do enredo que criou. Até que a saúde sucumbiu, e seu coração desandou. "Fui parar no hospital, e os médicos só me davam diagnósticos terríveis para minha coronária. Até que, do nada, apareceram uns pastores no meu quarto. Quem os mandou foi uma mulher que conheci no avião anos atrás. Ela havia me dito que Deus tinha um plano para mim. Na época nem dei bola..."

Imagem: Arquivo pessoal

O setentista Dedé com o desperucado Zacarias

 

Hoje, com salário e regalias da Globo, não abre o bico para criticar Didi ou a rede de TV

Dedé imita os pastores e, no meio da entrevista, começa um pequeno número. Grita como os pregadores e refaz com caretas suas reações de internado descrente. Mas ele jura: "Fui curado. Meus exames seguintes não deram nada. Tive que me converter". Evangélico, usando de sua não perecível fama, gravou disco com o filho e dava testemunhos em igrejas da Assembleia de Deus quando a Record, a evangélica emissora que tanto aprecia globais desempregados, pescou Dedé do limbo. Virou o professor de uma das infinitas escolinhas humorísticas da TV.

Foi nesse tempo que começou a falar à imprensa de novo, e não se conteve muito ao abrir a decepção com a Globo e com Didi. Uma desilusão pública aos olhos públicos que durou até 2004, quando reapareceu de surpresa, saindo de dentro de um baú, para fazer as pazes com Didi ao vivo, no Criança esperança. Na ocasião, uma piegas canção sobre amizade retumbava em rede nacional. A bandeira branca não se tornou um novo contrato com a antiga empregadora. Foi quando Beto Carrero, antigo homem de marketing dos Trapalhões nos anos 80, convenceu Dedé a ser sua dupla em um novo projeto. Ele deveria ajudar no roteiro e na direção dos atores, aparando as arestas cômicas do Comando maluco. Foram juntos ao SBT, e Silvio Santos topou de cara. Foi o patrão, jura Dedé, quem decidiu colocar o Comando no mesmo horário do global Turma do Didi aos domingos.

Questão global

Imagem: Divulgação

na TV de hoje, de volta à Globo e com Didi Mocó

Chegou a ganhar do antigo parceiro em audiência, e uma estranha vingança, nunca buscada, se realizou. Até que a morte, com seu péssimo senso de humor, levou Beto Carrero. E Dedé perdeu, além do amigo, seu espaço na TV. Era 2008, e o luto fez o telefone bater. Era Didi... lamentou por Beto e disse que estava mexendo seus pauzinhos. Queria Dedé de volta à Globo. Dias depois, o convite era oficial. Hoje, com salário e regalias da Globo, ele não abre a boca para criticar Didi ou a TV. Na verdade não se compromete fazendo críticas ou destilando antigas histórias mal contadas de contratos e desafetos. E apesar da sua antiga fama de galã, de seu casamento com Suzana Mattos, capa da Playboy nos anos 80, ele também poupa detalhas da boa vida no auge da fama.

Prefere falar do presente em Curitiba, onde vive há menos de dois anos. É dono de uma produtora de vídeo e programas de TV por lá. Trabalha com o filho Átila, evangélico antes do pai, nos negócios e nos projetos dentro da igreja. E, nos bastidores, esquadrinha planos para sair da meia-sombra depois dos 73 anos de idade. Está criando o Instituto Dedé Santana, entidade assistencial para crianças carentes. E considera uma candidatura política a algum cargo municipal pelo PST ("O partido do Psiti!", faz troça). Viaja uma vez por semana ao Rio para gravar a Turma do Didi. E ainda acha tempo para fazer aparições gratuitas em circos pequenos nos arredores de Curitiba. Uma gentileza que faz quase por obrigação moral: chamariz para o público de 8 a 80 anos que reconhece a graça no "sem graça" Dedé e mantém o circo de pé. Olhando para trás, para 70 anos de carreira com tantos cacos, improvisos e percalços, não consegue lembrar de um erro grave, uma falha que mereça arrependimento. "Eu nasci do circo. Sei que erros são parte do espetáculo. Essa é a vida do palhaço..."
 

CRÉDITOS: REVISTA TRIP Nº 186

 

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